O sistema de ensino tradicional tem sido cada vez mais discutido e questionado em todo o mundo. Atualmente, a Finlândia apontou como uma potência educacional ao romper com padrões de ensino e trazer novas formas de ensinar nas escolas, despertando a curiosidade ao associar os temas trabalhados em aula às coisas do dia a dia, tornando assim a aprendizagem significativa. Tem sido referência em Educação.
A figura do professor mudou muito ao longo dos tempos. Ele não é mais visto como o detentor do conhecimento na área em que atua. Também não é mais preciso que o aluno passe horas na biblioteca com uma pilha de livros para que encontre o que busca.
Hoje, com a internet, os alunos tem acesso muito mais rápido e fácil às informações, o que tornou as aulas expositivas desinteressantes e a presença do aluno limitada a cumprir protocolos. O horizonte de uma criança, de um jovem, hoje em dia, ultrapassa claramente o limite físico da sua escola, da sua cidade ou de seu país, quer se trate do horizonte cultural, social, pessoal ou profissional. Diante deste cenário é importante lembrarmos que os professores não nasceram digitalizados, enquanto seus alunos, sim.
Quem de nós, aqueles que fazem parte de outra geração como eu, não se lembra dos ditados de palavras e das regras gramaticais decoradas sem que soubéssemos qual seria a situação em que um dia poderíamos usa-las? Sem esquecermos também, das variadas datas comemorativas, fórmulas de matemáticas, química e física, ossos e órgãos do corpo humano e acidentes geográficos, todas as atividades decorativas que fazíamos sem entender qual seria o significado que aquilo poderia ter para nossa vida, e ainda muitas vezes ouvíamos de nossos professores que um dia precisaríamos daquele conhecimento. Mas como incorporá-los se naquele momento eles não faziam sentido a nós, pareciam apenas regras a serem decoradas para resolução de exercícios e de avaliações.
Eis o grande desafio dos professores e escolas dos novos tempos: assimilar as transformações, criar métodos para atrair a atenção dos estudantes, e agregar conhecimento a eles, oferecendo algo além do que eles poderiam obter na internet. A antiga forma de se fazer as coisas, que deu certo durante décadas, não consegue mais ser comportada pela educação do século XXI.
Uma nova maneira de se ensinar que tem se destacado é a construção coletiva do conhecimento, uma forma de incluir o aluno no processo de ensino-aprendizagem, valorizando o conhecimento que ele já traz. Desta forma, o estudante não é apenas o receptor de informações, mas também um ator ativo da construção delas. É um cenário no qual todos ensinam e todos aprendem. A informação não é hierarquizada, e sim produzida de forma horizontal.
Dentro das metodologias ativas, a participação do aluno é instigada pelo professor que conduz a aula. A ideia não é que o aluno escute e anote, e sim que ele interaja, critique, escreva, faça. O processo não acontece sem o engajamento dele.
As Metodologias Ativas baseiam-se em formas de desenvolver o processo de aprender, utilizando experiências reais ou simuladas, visando às condições de solucionar, com sucesso, desafios advindos das atividades essenciais da prática social, em diferentes contextos (BERBEL, 2011).
Além de aumentar a satisfação dos alunos com o ambiente da sala de aula, tornando a escola mais atrativa, nessas novas perspectivas os alunos adquirem maior autonomia, desenvolvem confiança, tornam-se aptos a resolver problemas, aprendem a ouvir e respeitar a opinião do outro, desenvolvem o senso crítico e passam a enxergar o aprendizado como algo tranquilo e significante, além de tornar-se protagonista do seu aprendizado.
É a partir do respeito e da confiança que aluno e professor caminharão para uma escola nova e avançada, existindo a preocupação com aquilo que se é proposto para o aluno pesquisar, pois assuntos interessantes levam a questionamentos, a participações efetivas, espírito cooperativo e solidário em ambiente escolar.
A mudança na escola inicia a partir de uma mudança pessoal e profissional, capaz de levantar uma escola que estimule a imaginação, a leitura prazerosa, a escrita criativa, favoreça a iniciativa, a espontaneidade, o questionamento, que se torne um ambiente onde promova e vivencie a cooperação, o dialogo, a partilha e a solidariedade.
É preciso estar sempre aberto a mudanças e aos desafios de aprender e ensinar. Buscar atualizações para um mundo que vive em constante transformação.