Estamos vivendo um cenário político e social conturbado em nosso país. Corrupção, delação, mensalão, foro privilegiado, áudios e vídeos divulgados e os envolvidos não são condenados, violência, pessoas deixando o país, professores lecionando sem esperança, educação sucateada, entreguismo e etc.
Já que os políticos não tomam conta do país, o caos faz esse papel. Mas não podemos culpar apenas os governantes. Se estamos procurando por culpados, basta olharmos no espelho. É claro que alguns são mais culpados que outros, mas é função do povo votar com consciência e cobrar desses políticos eleitos suas promessas não cumpridas.
Muitos dos eleitores não conhecem as propostas de seus candidatos e, se perguntados após um mês das eleições, sequer se lembram em quem votaram.
No Brasil, grande parte da população não esta pronta para votar. Isso ocorre por vários motivos.
Um desses motivos é o fato da nossa democracia ainda ser muito jovem. Vivemos em uma República há pouco mais de cem anos. Nesse curto período passamos por duas ditaduras (um total de 35 anos) onde não existiam eleições diretas para a presidência. As mulheres só começaram a ter direito ao voto em 1934. Durante a Ditadura Militar (1964-1985), milhares de pessoas morreram ou foram exiladas por lutarem contra o regime antidemocrático. No início da década de 1980, o movimento “Diretas Já” reivindicou eleições presidenciais diretas. Depois desse período, as primeiras eleições diretas aconteceram apenas em 1989. Nesses trinta anos que se sucederam, aconteceram dois impeachments.
Nossa democracia (recém-nascida se comparada com outros países) ainda é muito frágil e o povo, além de despreparado, também é desunido por conta de brigas partidárias. Outra prova dessa falta de preparo é, como diria Gabriel o Pensador, elevarem a status de “mito” políticos ridículos, uma vez que, o povo precisa compreender que, independentemente de quem esteja no poder, essa pessoa é um representante da população e está ali apenas prestando serviço.
Para que o cidadão seja um bom eleitor e faça seu voto valer, ele deve ter consciência da importância e do valor de seu voto para a sociedade. Devemos fazer isso pesquisando propostas políticas, antecedentes, envolvimentos em escândalos de corrupção, analisando também os vices e, por fim, participando ativamente de sua gestão.
E você, sabe em quem votou para deputado nas ultimas eleições? Acompanhou de perto todos os projetos de lei propostos por ele? Nas principais votações o seu deputado ou senador votou conforme a sua opinião?
Reflita!
Nunca é tarde para começarmos a ter protagonismo nas decisões que interferem diretamente em nossas vidas.
Texto por: Prof. Marcelo Cestari Viana
